II ESC: Engenheiro afirma que falta vontade política para garantir acessibilidade

DSCN0515 “A acessibilidade é igual o meio ambiente; você tem que cuidar todos os dias para ter um futuro melhor, não só para você, mas para todos. A acessibilidade não é só para quem usa cadeira de rodas, e sim para os idosos, que aumentam mais a cada ano no Brasil, para o obeso, e o deficiente visual e auditivo”. Com este alerta o engenheiro civil, Jary de Carvalho e Castro abriu sua apresentação no II Encontro de Servidores e Conselheiros que acontece no auditório da AEASE.

O palestrante fez uma abordagem sistêmica sobre o tema da acessibilidade. Além da mais óbvia relação da engenharia para o desenvolvimento da discussão. “Não se pode imaginar uma obra que não tenha essa visão de acessibilidade”, reforça o engenheiro ao ressaltar que a Engenharia tem feito seu papel diuturnamente em defesa dessa questão, mas que falta vontade política para garantir o direito à acessibilidade.

“Pode passar despercebido para muitas pessoas, mas as calçadas têm um papel fundamental no desempenho da cidadania e na qualidade de vida de quem faz uso dela, no entanto, o que mais encontramos são calçadas esburacadas e mal feitas. E os obstáculos são muitos. São lixeiras fora de lugar, os degraus, os desníveis, os pisos escorregadios, a falta de sinalização adequada, detalhes simples, mas que fazem uma enorme diferença quando se coloca em questão a acessibilidade”, ressalta o engenheiro civil, Jary de Carvalho.

O palestrante lembra que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) definiu as normas de acessibilidade, com base nos princípios do Desenho Universal. “A NBR traz todas as orientações para evitar que barreiras sejam instaladas e para facilitar a remoção das já existentes. Entretanto, essas regras vêm sendo desrespeitadas, seja por causa do desconhecimento, seja pela omissão do poder público, a quem cabe cumprir a Lei, orientar as pessoas quanto a sua importância e fiscalizar seu cumprimento”, reforça o palestrante.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE) está de parabéns pela importante iniciativa de trazer para discussão um tema tão importante para milhões de brasileiros que é a acessibilidade. É o que afirma Jary de Carvalho ao destacar e elogiar a mobilização e o envolvimento dos conselheiros e corpo funcional em defesa da acessibilidade e mobilidade.

Livro

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Ainda durante sua apresentação, o palestrante fez uma rápida apresentação sobre o livro da sua autoria “Ir e vir – acessibilidade: compromisso de cada um”. O livro conta com depoimentos do iatista e medalhista olímpico Larz Grael e da deputada federal Mara Gabrilli, que ficou tetraplégica após um acidente de carro aos 18 anos de idade. Além disso, a publicação mostra o trabalho do paracanoista Rodrigo Figueiredo, do cirurgião dentista José Peixoto Ferrão, da arquiteta Milena Adri, da médica geriatra Maria Regina Gonzales, do desembargador Nery Azambuja, entre outras inúmeras personalidades que vivem a questão ou possuem trabalhos direcionados a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Os relatos dos profissionais mostram o resultado de iniciativas que promovidas por eles visando à melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, já que a acessibilidade é tema presente em diversas questões cotidianas. “O mais impressionante foi ter acesso a iniciativas altamente inovadoras que são desenvolvidas para o atendimento das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, como é o caso da odontologia. Cabe ao dentista, atentar-se ao fato de que a idade cronológica, por muitas vezes, foge literalmente da idade mental, daí a necessidade de se ter a sensibilidade e compreensão técnica e científica de tentar enquadrar o seu paciente na faixa mais adequada, associando o estado mental à idade cronológica”, afirma Castro.

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