Presidente Arício Resende prestigia homenagem a Francisco Kurimori

Pres. do Crea-SE,Arício Resende; o homenageado, Francisco Yutaka e o pres.do Crea-GO, Francisco Almeida

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), engenheiro agrônomo Arício Resende prestigiou na noite de segunda-feira (15/5) o evento promovido pelo Crea-GO em homenagem ao Engenheiro Civil, Francisco Yutaka Kurimori pela idealização e implantação da “Casa da Engenharia” no Estado São Paulo, quando do seu mandato como presidente do Crea-SP. Inspirado pela iniciativa, o Crea-GO decidiu executar o projeto nas 28 inspetorias do Conselho, que atualmente também são identificadas como “Casas da Engenharia”. Na oportunidade, Francisco Kurimori recebeu um certificado das mãos do presidente do Crea-GO, Eng. Francisco Almeida.

“O presidente Francisco Almeida e todo o plenário do Crea-GO escolheram, por unanimidade, homenagear o ex-presidente do Crea-SP, o Eng. Francisco Kurimori. Eu vejo essa homenagem como reconhecimento por um trabalho inovador do Crea-SP, que foi transmitido para toda a Engenharia e que serve de exemplo para outros Creas que também estão querendo melhorar o Sistema. Os Creas têm que evoluir e é importante que as pessoas reconheçam aqueles que realmente trabalham a serviço da sociedade,” enfatizou o presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende.

A homenagem, aprovada por unanimidade pelos conselheiros goianos na Sessão Plenária nº 789, contou com a participação de 41 conselheiros do Crea-GO, os presidentes dos Creas do Sergipe, Eng. Agr. Arício Resende Silva; do Paraná, Eng. Civ. Joel Krüger; do Rio de Janeiro, Eng. Eletric. e Seg. Trab. Reynaldo Rocha Barros; do Mato Grosso, Eng. Agr. Katerí Dealtina Felsky dos Anjos; e da Paraíba, Eng. Agr. Giucélia Araújo de Figueiredo. Estiveram presentes, ainda, o 1º vice-presidente do Crea-ES, Eng. Ind. Mec. e Seg. Trab. Fred Rosalem Heliodoro; o conselheiro federal Eng. Agr. Antônio Carlos Albério; o ex-presidente do Crea-PR, Eng. Agr. Luiz Antônio Rossafa; e o presidente da Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (Faeasp), Arq. Urb. Valdir Bergamini.

Engenheiro Civil, Francisco Yutaka Kurimori

Agradecimento – Em sua fala, Francisco Kurimori agradeceu pela homenagem. “Para mim, é uma honra muito grande”. E continuou: “Eu não sei se mereço essa homenagem. A gente faz o nosso trabalho na condição de cidadão. No exercício da nossa cidadania, todos nós temos a obrigação de fazer alguma coisa para a sociedade, principalmente nós que fomos eleitos. Eu sou oriundo de uma família simples, filho de imigrantes japoneses, que vieram ao Brasil para tentarem uma vida melhor, e nós fomos muito bem acolhidos neste País maravilhoso que dá oportunidade a todos, inclusive aos estrangeiros que para cá vieram. Este País dá tamanha oportunidade que um ninsei chegou à presidência do Crea-SP, mesmo nunca tendo projetado isso em sua vida”.

 Kurimori ainda explicou a importância da implantação do projeto Casa da Engenharia. “O Crea, seja em qual estado for, é uma instituição extremamente importante. Nós produzimos e executamos novos projetos em prol da sociedade. E, no entanto, as nossas casas paulistas eram muito modestas; estavam muito aquém daquilo que efetivamente nossa categoria representa diante da sociedade. Então, implantamos o projeto da Casa da Engenharia com o objetivo de fortalecer a marca que representa os nossos profissionais”, explicou.

  O engenheiro destacou também que foi observada a necessidade de dois espaços: “o espaço de gestão, dividido pelo Crea e as associações parceiras, e outro destinado a congregar a sociedade e a categoria, que é um espaço de reunião. É isso que fizemos em São Paulo  é o que também foi desenvolvido no estado de Goiás. A Casa da Engenharia tem vários propósitos, e um deles é o trabalho de integração, valorizando nossos profissionais”.

  Revolução – Francisco Kurimori aproveitou sua fala para destacar a necessidade de uma revolução no Sistema Confea/Crea como um todo. “O Estado de Goiás está revolucionando a fiscalização, que é informatizada e com fiscais que utilizam novas ferramentas tecnológicas para realizarem seus trabalhos. É necessário padronizar a fiscalização de todo o nosso Sistema profissional. Esse é o desejo. Temos que mudar a feição nosso Sistema. O projeto encaminhado atualmente é lamentável. Não tem essa cara; não tem esse objetivo. Temos que rediscutir o nosso Sistema”, declarou.

  “O desejo de todos, eu observo, é que tenhamos uma alteração muito grande no nosso Sistema. Uma alteração na qual nós, efetivamente, possamos debater em comum acordo aquilo que há de melhor, não só para a fiscalização, mas para toda a categoria e, principalmente, para a sociedade, para a qual devemos prestar serviços. Esse trabalho tem que ser mudado. Hoje, infelizmente, não é o que nós vemos. Hoje, estamos vendo o trabalho de uma política do ‘é dando que se recebe’”, completou o engenheiro.

     Política – Ainda de acordo com o homenageado, muitos projetos devem ser discutidos, e agora é um momento oportuno para isso. “Neste ano temos eleição no Sistema Confea/Crea. E agora é o momento de discutirmos e colocarmos o nosso Sistema de acordo com o desejo da sociedade: que nosso Sistema funcione melhor; funcione para que todos os profissionais se sintam bem servidos e não que sejam apenas pagadores de anuidade e Anotações de Responsabilidade Técnica”, destacou Kurimori, que ainda expôs que o que se vê, hoje, no Confea, é “uma política totalmente diminutiva. Estão querendo tirar os geólogos e os tecnólogos do nosso Sistema. Quase já tiraram os técnicos, que já não podem mais ser conselheiros. É essa a política que queremos para o nosso Sistema profissional? Creio que não”.

 Ainda de acordo com o engenheiro, sua visão não é bem recebida por todos. “Infelizmente, eu falo essas coisas e elas magoam as pessoas que têm poder. Porque as pessoas que têm poder continuam com aquela velha política do ‘é dando que se recebe’. Preocupando em aumentar o valor das diárias e concedê-las para aqueles que são apaniguados. Preocupando em conceder viagens internacionais aos seus protegidos e negociando isso”. Segundo Kurimori, ele é visto, por muitos, como prejudicial ao Sistema. “Eu não sou prejudicial ao nosso Sistema. Eu sou prejudicial a algumas pessoas que, infelizmente, são pequenas; que enxergam pequeno e não veem aquilo que deveriam enxergar”, se defende.

     Afastamento – Sobre ter sido afastado da presidência do Crea-SP, em agosto de 2016, Kurimori afirma não se sentir envergonhado. “O dia em que eu tiver que ser afastado por pessoas dignas, eu vou morrer de vergonha. Mas, da maneira como eu fui, me sinto orgulhoso. Eu ganhei uma eleição com 74% dos votos e, atualmente, está dirigindo o Crea-SP uma pessoa que recebeu 11% dos votos. Que mérito essa pessoa tem? Nenhum! Então, eu me sinto orgulhoso”, explicou.

Presidente do Crea-GO, Eng. Francisco Almeida

Para o ex-presidente, a sua situação reflete a política brasileira. “Eu sou mais uma das vítimas que a nossa política equivocada está fazendo no momento. Infelizmente, neste País, as pessoas que procuram fazer a coisa certa na política não dão certo. Não dão certo porque são perseguidas e eu estou sendo perseguido duramente”, argumentou.

     Apoio – Em sua oportunidade, além de parabenizar a Kurimori pelo projeto Casa da Engenharia, o presidente do Regional goiano, Francisco Almeida, aproveitou para agradecer aos conselheiros goianos por terem aprovado, por unanimidade, a homenagem concedida a Kurimori e por terem trabalhado junto ao Crea pelo seu desenvolvimento. “O Crea-GO tem avançado, e cada um dos nossos conselheiros têm contribuído muito na visão de que os Conselhos têm que ser atuantes perante a sociedade. Eu vejo que muitos são prejudicados, até financeiramente, por estarem aqui, dando sua contribuição, mas a sociedade está reconhecendo que o Crea-GO está presente, não só na capital, mas em todos os municípios do Estado de Goiás, com posicionamentos em favor da valorização dos profissionais, da engenharia e do desenvolvimento sustentável”, comemorou.

     O presidente do Crea-GO também defendeu uma mudança radical em todo o Sistema Confea/Crea, afirmando que o Regional goiano tem trabalhado para isso, “mas, sozinhos, não temos como conseguir. É importante que tenhamos um líder que possa, principalmente, ajudar os Creas menores. Mas, infelizmente, o que vemos no Confea é uma grande quantia de dinheiro gasto com viagens internacionais que não servem para nada”, frisou.

      Ainda de acordo com Francisco Almeida, é necessário que o próximo presidente do Confea tenha uma visão ampla da Engenharia. “Nós estamos omissos. A Engenharia está sendo massacrada pelos órgãos de controle, pela sociedade e pela imprensa. Precisamos de um líder que traga essa mudança radical; uma mudança de visão. Os Conselhos não podem mais ser cartoriais, precisamos contribuir, como temos feito em Goiás, com ideias, com eventos, e dando opiniões técnicas onde achamos que seja necessário para resolver os problemas nos estados”, declarou.

Fonte: Ascom/Crea-GO

 

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