Pesquisadores discutem desafios e rumos da biotecnologia no agronegócio no 29º CBA

11782253_850967541623851_8069611518826278801_oO  “Engenheiro Agrônomo e as Inovações Biotecnológicas” foi o tema de um dos eixos 11800210_1697257453830967_8420013122276944070_ntemáticos realizados nesta quarta-feira(5/8) no XXIX CBA (Congresso Brasileiro de Agronomia), que está ocorrendo em Foz do Iguaçu, no Paraná. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe, engenheiro agrônomo Arício Resende, assessores e conselheiros participam do evento. Entre os temas debatidos estiveram o RNA interferente, animais transgênicos e o papel do agrônomo para “segurar” o avanço na resistência de pragas e plantas invasoras nas lavouras.

O engenheiro agrônomo, doutor, especialista em plantas daninhas e pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Décio Karam, trouxe informações sobre o panorama dos OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) no Brasil. Hoje, quase 80% da soja plantada é transgênica e no milho, beira 80%. A 11796426_850867311633874_7084005123205592688_ntendência, segundo ele, é que esses números só aumentem e atinjam outras culturas.

11782479_850962031624402_18955373180790506_oEle também apresentou novas tecnologias, como a RNA interferente. Basicamente, o sistema é alocado na planta com o objetivo de silenciar algum gene desejado, evitando problemas futuros ou desenvolvimento deles. “Outras coisas que vamos observar em breve são nas frutas. Quando, por exemplo, cortamos a fruta, logo em seguida ela começa a escurecer. Através do RNA, já existe a tecnologia que evita o escurecimento, fazendo com que a fruta dure mais e aumente a qualidade”, informou.

Karam também reforçou o papel do engenheiro agrônomo nessas frequentes mudanças. “Nessa área, é essencial o agrônomo como planejador, conhecedor e informante da tecnologia e como usá-las para ganhar dinheiro ou até melhor, não perder”, brincou. O engenheiro agrônomo, PHD 11838720_850962008291071_3994534885684404283_oem biologia molecular e pesquisador da Embrapa Soja, Alexandre Lima Nepomuceno, proporcionou aos presentes uma visão geral de todas as novas tecnologias, ligadas à biotecnologia, que estão vindo para ser usadas no agronegócio brasileiro. Ele trouxe informações sobre novidades que estão prestes a entrar no mercado e o que ainda vão entrar, como a do desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas com tolerância a estresses abióticos, como seca e alagamento e a de plantas resistentes a nematoides e insetos.

Nepomuceno também falou sobre animais transgênicos que entrarão no mercado, entre eles suínos, bovinos e equinos. “O USDA [Departamento de Agricultura dos Estados Unidos] está pesquisando vacas transgênicas com resistência à mastite. Pesquisadores na Nova Zelândia desenvolveram vacas 11855672_1697257150497664_1422875678219946762_nholandesas transgênicas que inibem a produção de uma proteína que causa alergicidade em algumas pessoas e os chineses, há pouco tempo, desenvolveram suínos e bovinos transgênicos desligando um gene que faz com que aumente a parte traseira dos animais, produzindo mais carne”, informou.
Novas técnicas, como a tecnologia de restrição de uso, conhecida como terminator, foram apresentadas. Ela é usada para restringir o produtor de multiplicar a semente, evitando que ela seja salva e a reutilizada. “Ela é uma tecnologia que existe e pode vir a ser usada. A lei brasileira proíbe isso, mas existem projetos de lei tramitando no Congresso Nacional que tentam alterar a lei de biossegurança para permitir o uso no Brasil”, alertou.
O engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, fez a última palestra no eixo temático referente às inovações biotecnológicas. Ele falou sobre a resistência de pragas e plantas invasoras e da função do agrônomo em evitar que problemas assim persistam, muitos deles causados pela falta de manejo adequado e uso equivocado de defensivos.

“O engenheiro tem que conseguir reverter a situação. Da mesma forma que ele interferiu no processo e é um dos responsáveis pelo avanço da agricultura do Brasil, ele deve manter a estrutura de tudo que conseguimos conquistas até hoje, mesmo que a decisão final seja do agricultor”, alertou.
O palestrante classificou a situação como gravíssima e que já coloca em risco nossa agricultura, principalmente da soja, podendo torná-la não mais competitiva no Brasil, devido ao alto índice de resistência e fez um apelo à classe para ajudar a “segurar” esse problema.

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