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Ao lançar nesta terça-feira (20), o Fórum de Ensino Superior o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe abre um espaço permanente de diálogo e parceria com as instituições de ensino de Sergipe. O projeto propõe uma articulação mais estreita e objetiva entre o Conselho e as diretrizes do sistema educacional como forma de ampliar a discussão sobre novos paradigmas para a formação das áreas tecnológicas.
A primeira edição do Fórum trouxe como tema central ‘Atribuição Profissional e as Diretrizes Curriculares para cursos de Engenharia e Tecnólogo’. O assunto foi ministrado pelo Superintendente de Integração do Confea, Osmar Barros Júnior que ao lado da conselheira federal Michele Costa e do conselheiro federal Genilson Pavão falou para um público formado por reitores, vice-reitores, coordenadores de Câmaras Especializadas de cursos e professores dos Núcleos Docentes Estruturantes.
Em sua apresentação, o superintendente destacou a dificuldade das instituições em adequar seus projetos pedagógicos às mudanças curriculares. “O engessamento dos cursos, com conteúdos que se mantiveram presumivelmente estáticos ao longo de quase duas décadas é o principal obstáculo a ser transposto nesse processo de mudança. As novas diretrizes exigem uma formação que vai muito além da parte teórica, mas que seja fundamentada no saber fazer, na competência, habilidades, atitudes, iniciativa”. É o que ressalta o superintendente do Confea.
De acordo com Osmar Barros hoje existem aproximadamente 5.800 cursos de engenharia no sistema educacional do país e desse total menos de 10% estão ajustados às novas diretrizes. “Outra questão é que o Conselho Federal ainda não possui mecanismos para avaliar como esses cursos estão funcionando dentro dessa nova dinâmica, complementa ele.
Osmar Barros também trouxe para discussão e reflexão a questão das atribuições profissional. Ele explica que as instituições têm autonomia para montar o projetos pedagógicos de acordo com questões regionais e de mercado e que o Sistema Confea/Crea tem competência e autonomia para, eventualmente, restringir a concessão de atribuições do profissional em áreas que não tenham formação adequada para exercer as atividades pretendidas.
“Os egressos das instituições de ensino sabem que para cada serviço técnico há um profissional específico, porém a maioria desconhece que as suas atribuições dependerão dos conteúdos das disciplinas que forem estudadas durante o curso. Se a grade curricular não estiver adequada, o Sistema Confea/Crea não tem como conceder a atribuição e com isso o egresso não poderá exercer determinada atividade. É uma situação que ocorre com muita frequência e para mudá-la, já que pode haver prejuízo aos profissionais, é preciso abrir o diálogo com as instituições de ensino, o que está sendo proposto aqui com a criação do Fórum de Ensino Superior do Crea-SE”, afirma.
O presidente do Crea-SE, engenheiro civil Jorge Roberto Silveira reforça que a criação do Fórum tem por objetivo estreitar a relação institucional com as universidades e faculdades buscando ampliar debates e esclarecimentos sobre temas inerentes às duas instituições com foco na formação profissional. “Queremos estabelecer parcerias e contribuir de forma assertiva, para os entendimentos em relação ao cumprimento da regulamentação das atribuições profissionais e sua concessão, além de cadastramento dos cursos no âmbito do Conselho”, enfatiza Jorge Silveira.
Para o coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional (CEAP), Engenheiro de Produção Mecânico Wilson Linhares dos Santos, a explanação do Superintendente Osmar Barros foi esclarecedora e alcançou os objetivos junto ao público presente que questionou, opinou e tirou dúvidas em torno do tema abordado.
“Nessa primeira edição do evento buscamos a harmonização de entendimentos acerca do processo de formação profissional, registro profissional e concessão de atribuições visando à melhoria do projeto pedagógico e da matriz curricular dos cursos da área da engenharia. É o primeiro passo para uma jornada que está apenas no início e que vamos trabalhar para fortalecer essa parceria onde todos saem ganhando, o Crea, as instituições de ensino e , principalmente os profissionais”, avalia Linhares.
O vice-reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Rosalvo Ferreira Santos parabenizou o Crea-SE pela criação do Fórum e falou sobre a parceria com o Conselho. “A Universidade reconhece o papel e a importância do Crea dentro do processo de formação da nossa instituição em colocar no mercado de trabalho profissionais bem capacitados. Agradeço o convite e a oportunidade de participar dessa importante discussão”, disse.
A reitora do Instituto Federal de Sergipe, Ruth Sales Gama de Andrade também prestigiou o lançamento do Fórum. “Essa integração entre o Crea e as instituições de ensino é oportuna e fundamental, principalmente nesse processo de mudanças curriculares. O diálogo em busca de consenso sempre deve ser prioridade”, avalia a reitora.
O coordenador do curso de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Sergipe, Douglas Romeu Costa parabenizou o Crea pela iniciativa e falou sobre a importância do Fórum. “Foi muito produtivo e esclarecedor participar desse debate. Temos que ter ciência sobre qual profissional queremos formar e qual o perfil profissional que o mercado necessita”, pontua Douglas.
O lançamento do Fórum também contou com a presença do diretor geral da Mútua, Ronald Donald. “Abrir espaço para discussão e entendimentos sobre projeto pedagógico, atribuição profissional e as novas diretrizes curriculares é oportuno e de fundamental importância. Trazer as instituições para dentro do Crea e promover esse debate é uma iniciativa de grande valia para todos. A Mútua está a disposição para contribuir da melhor forma para a fluidez e fortalecimento dos objetivos do Fórum de Ensino Superior”, afirma Ronald.
