Produtor colhe raiz de macaxeira gigante na cidade de Malhador

 

Soma de água farta para irrigação com uma adubação rica em nutrientes está fazendo com que o agricultor Adalberto dos Santos colha raízes de macaxeira que impressionam devido ao tamanho fora do padrão da espécie vegetal. Na plantação dele, as raízes com túberos podem pesar até 15 quilos e ter 60 centímetros de comprimento. Adalberto é um dos irrigantes do Perímetro Irrigado Jacarecica II, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no município de Malhador. O lote de cinco hectares do agricultor fica no Assentamento Dandara.

Nele, Adalberto tem lavoura de milho, batata-doce, inhame, abobrinha, amendoim, mas são suas duas tarefas de plantio da macaxeira – também conhecida como aipim ou ainda mandioca-mansa –, que o tem feito, ao mesmo tempo, contente e um pouco inconformado. “Assisto aos jornais que mostram outros agricultores colhendo a macaxeira e dizendo serem as maiores do Estado. Quando olho a que colho aqui, vejo que são maiores, mais produtivas. Nesse meu ‘pé’, aqui mesmo, devo tirar entre 40 e 50 quilos”, contabiliza o agricultor, enquanto apresenta as raízes do pé plantado há oito meses.

Programa 

Adalberto Santos, além de contar com o fornecimento de água contínuo do Perímetro Irrigado e com a assistência dos técnicos da Cohidro, é um dos agricultores familiares atendidos pelo Programa de Agricultura Integrada e Sustentável (Pais). Do convênio entre a Companhia, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele recebeu o kit de irrigação, bomba e caixa d’água, material para construção do galinheiro e o plantel de dez galinhas e um galo, o que explica um pouco do segredo das macaxeiras gigantes do agricultor. “Eu uso muito esterco das galinhas com a irrigação constante por microaspersão. Não deixo a água faltar”, assegura o produtor que hoje cria os descendentes das aves que ganhou do Projeto há cerca de três anos. Elas fornecem ovos, carne e adubo orgânico.

Vale destacar que o Pais também é um projeto agroecológico, porque dispensa o uso de ações prejudiciais à natureza, como o uso de agrotóxicos, o desmatamento e as queimadas. É integrado, pois alia a criação de animais com a produção vegetal, e ainda utiliza insumos da propriedade em todo o processo produtivo. José Ginaldo dos Santos, técnico agrícola da Cohidro, comenta que não é difícil encontrar, nos lotes dos outros irrigantes, produções de macaxeira similares à de Alberto. Segundo ele, dependendo dos lotes, conforme for o cuidado do agricultor, pode chegar a ter esse resultado. Por isso, ele destaca que Adalberto é um exemplo bem-sucedido, na medida em quem possui sempre mais de um lote de macaxeira ao mesmo tempo e, sempre que colhe um, tem outro para colher na sequência. “Mas usa a rotação de cultura, em que as próximas lavouras vão ser cultivadas em outros locais da propriedade, nunca repetindo a mesma cultura num mesmo lugar, fazendo o descanso do solo, com culturas de menor periodicidade”, analisa. 

Irrigação 

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, fica maravilhado ao saber do resultado obtido na plantação do agricultor. Para ele, é uma dádiva ver gente trabalhadora sendo beneficiada das políticas públicas de apoio à agricultura. “Água é vida que faz essas plantações cada vez mais prósperas, trazendo renda através da agricultura familiar”, destaca. No Jacarecica II, por exemplo, são 30 milhões de metros cúbicos armazenados na barragem – o maior volume de água de Sergipe, depois do Rio São Francisco –, disponíveis para irrigação em uma área de 820 hectares, que abrange Malhador, Riachuelo e Areia Branca. “Nossa barragem, devido à altitude, abastece todos os lotes por meio da gravidade, e a oferta de água é o ano inteiro”, ressalta.

Osvaldo de Oliveira Andrade, gerente do Jacarecica II, admite que a produção do agricultor impressiona, mas salienta que a irrigação é fator primordial para ter esse resultado. “Realmente, a raiz é grande, grossa, chega a dar 50 centímetros de circunferência. Mas se não fosse a irrigação, dependendo somente do ciclo das chuvas, essa macaxeira, por exemplo, levaria de um a um ano e meio para crescer ao ponto de colher, contra os oito meses que eles conseguem por serem irrigantes. O que favorece no tempo de colheita, também favorece na produtividade”, esclarece. Ele explica, ainda, que, geralmente, os agricultores do Perímetro plantam a macaxeira em agosto para colher em abril do ano seguinte.

Fonte: Jornal da Cidade


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