Aumento da produção é necessário para atender ao crescente consumo de alimentos

Alan Jorge Bojanic Helbinger (FAO/ONU)


“Em 2050 a população mundial vai estar acima de 9 bilhões de habitantes sendo imperioso aumentar a produção e a produtividade vegetal e animal para atender o consumo, que hoje já é preocupante. Há pelo menos 30 anos o Brasil deixou de ser importador para ser hoje um dos maiores exportadores de alimentos do planeta e tem sido um grande aliado nesta luta”, disse o engenheiro agrônomo Alan Jorge Bojanic Helbinger, da FAO/ONU, durante conferência de abertura do 28º Congresso Brasileiro de Agronomia, realizada na noite de terça-feira, 19, no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá (MT).

Na chefia do escritório das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, o boliviano está há oito anos na entidade e já atuou como representante da Costa Rica e como diretor-adjunto para a América Latina e Caribe. Ao lembrar o enorme potencial brasileiro no campo do agronegócio, Alan Bojanic disse estar feliz em poder participar do evento em Cuiabá, pois Mato Grosso tem sido Estado decisivo na produção de grãos, gado, e começa a se destacar também na psicultura.
 
Para ele, países como Brasil, Austrália, Ucrânia e Rússia, elencados entre os maiores produtores mundiais, precisam continuar investindo em novas tecnologias sem ferir o ecossistema. Ele elogiou as técnicas de desenvolvimento implementadas por órgãos oficiais como a Embrapa, em parceria com produtores, na expansão de lavouras, pastagens, utilização de novas variedades e a recuperação de áreas degradadas, tendo como regra a preservação da floresta e o uso controlado de agrotóxicos.
 
Esta busca de alternativas no aumento da produção, visa também o acesso das “famílias mais vulneráveis” ao consumo, na visão do representante da FAO/ONU e deve ser feita através de políticas governamentais como o “fome zero”, mas é preciso oferecer condições ensinando a pescar para se ter direito ao peixe. E admitiu que a busca de alternativas alimentares como o aproveitamento de insetos como está sendo feito na China, outros países da Ásia e até da América, como no México, também são importantes. “Eles são uma fonte rica de proteína e outras vitaminas, mas é claro que existe sempre uma questão cultural que surge como barreira ao consumo. Com o tempo isso tende a mudar”, disse. 
 
Sobre a agricultura orgânica disse que ela pode ser mais saudável, mas ainda tem um custo muito alto e que o consumo, em função do preço, é uma decisão puramente pessoal”. Os levantamentos mostram redução na fome mundial dado que em 1990 existiam 1 bilhão de pessoas carentes e hoje esse número caiu para 842 milhões. Segundo Alan, em 1990 o Brasil tinha 23 milhões de habitantes nesta condição e hoje tem perto de 10 milhões, uma melhora significativa. “É sempre bom alertar que a fome gera violência, uma espiral que depende da participação de todos para ser combatida”, aduziu.
 
O 28º Congresso Brasileiro de Agronomia tem como tema central discussões sobre “Segurança Alimentar e Nutricional”, sendo considerado o maior e mais tradicional evento da agronomia nacional desde 1935 e que vem sendo realizado a cada dois anos. Com uma vasta progração, incluindo a Feira da Agroindústria Saudável (FAS), o evento segue até sexta-feira com a participação de estudantes e engenheiros agrônomos, além de outros profissionais do sistema tecnológico e outros interessados no assunto oriundos de diversos estados brasileiros e também do exterior.

Fonte: Crea-MT com informações de Sérgio Neves da Assessoria do 28º CBA


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