
“Não se pode iniciar uma obra pública sem o devido licenciamento. A regularização fundiária é o ponto de partida e, muitas vezes, o principal entrave para a conclusão de projetos essenciais à população.” Com essa declaração o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), engenheiro Dilson Luiz de Jesus Silva, marcou sua participação no Seminário sobre Regularização Fundiária para Saneamento Básico, evento promovido pela Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) com o apoio institucional do Conselho
A iniciativa, pioneira no estado, reuniu profissionais, gestores e acadêmicos em dois dias de intensas discussões sobre um tema tão técnico quanto essencial: a legalização dos terrenos onde são instaladas infraestruturas públicas de saneamento.O seminário, encerrado nesta sexta-feira (18), buscou jogar luz sobre um problema estrutural que, embora muitas vezes invisível ao olhar da população, tem implicações profundas para o avanço de obras públicas. Segundo o presidente do Crea-SE, a falta de regularização fundiária é responsável pela interrupção de muitos projetos, principalmente na área de saneamento básico — uma realidade que afeta diretamente as engenharias, o setor ambiental, os entes públicos e a sociedade como um todo.
“A regularização fundiária é um gargalo que precisa ser compreendido desde a formação dos profissionais. Hoje, nossos engenheiros e arquitetos saem das universidades sem essa base, sem essa derivação de uma atividade que é inerente à sua atuação técnica”, afirmou Dilson, que também é especialista em engenharia de saneamento básico e ambiental.
Durante sua fala, o presidente do Crea-SE foi enfático ao defender a inserção da temática nos currículos de cursos de engenharia e arquitetura. “Temos uma grade específica, com carga horária e matriz pré-definida, mas é fundamental pensarmos em disciplinas isolada ou mesmo de extensão, que abordem a regularização fundiária aplicada ao saneamento. Levar esse conhecimento ao futuro profissional é ampliar sua capacidade de atuação técnica e, sobretudo, garantir à população o acesso a obras públicas mais eficazes, seguras e duradouras”, concluiu.